Nov 29, 2011

Travessia Serra Fina ... uma realidade (segunda parte)



Acordamos com mais um lindo dia e depois do café da manhã e de tomarmos muita água iniciamos a caminhada do terceiro dia as 7hs. Começamos com uma subida bem íngreme comparada com as anteriores e para piorar o vento desta manhã soprava com uma força incrível fazendo com que durante a subida por várias vezes tivéssemos que agachar nos protegendo das fortes rajadas que quase nos derrubavam. Apesar de todo esforço na subida a paisagem é incrível, e depois de aproximadamente 40 minutos chegamos ao cume da quarta montanha mais alta do Brasil, o cume da Pedra da Mina que tem uma paisagem indescritível, linda mesmo, de tirar o fôlego, um dos lugares mais empolgantes desta travessia, pelo menos para mim. Neste cume de cara tromba-se com um totem enorme, e no seu ponto mais alto encontramos o livro de cume onde todos fizemos questão de deixar nossa emoção registrada. Aproveitamos ao máximo esse lugar mágico e ali ficamos por uns 30 minutos curtindo o visual, tirando fotos, observando o Itatiaia ao longe, o Pico dos Três estados, o Cupim de Boi e tudo mais que nossos olhos pudessem ver...e mais do que animados iniciamos a descida da Pedra da Mina, e que descida, cheia de pedras soltas e bem inclinada (pra mim que sempre me atrapalho nas descidas foi difícil). E depois que a descida termina é que a aventura começa, pois adentramos o tão temido vale do Ruah com toceras de capim elefante maiores que nós, o que dificulta a localização da trilha além de ser uma vegetação cortante (melhor proteger mãos e braços), seguimos por uns 30 minutos mergulhados no capim, demos um perdido, mais logo nos localizamos e chegamos em um riacho que é nossa última água do dia, fizemos uma parada para carregar os cantis e beber água fresca....seguimos caminhando ao lado do rio até que este vira um mini cânion e ali seguimos por trilha hora de floresta hora rochosa até o cume do Cupim de Boi, e neste ponto, enquanto descansávamos, decidimos não acampar no cume dos Três Estados, sendo assim seguimos mais uns 30 minutos e chegamos a área de acampamento do dia, um pequeno banbuzal bem organizado com lugar para umas 6 barracas, chegamos ali por volta das 15hs e ali descansamos, conversamos e comemos, e como comemos (tudo para aliviar o peso das mochilas para o último dia)....para mim foi um dia maravilhoso, posso dizer que o melhor. Alguns membros do grupo subiram o cume dos Três Estados para ver o pôr do sol, porém a maioria ficou descansando no acampamento, e como tivemos bastante tempo de folga optamos por acordar bem cedo no dia seguinte para vermos o sol nascer no cume.
E assim foi, por volta das 5hs da manhã estávamos saindo rumo ao cume dos Três Estados, subida tranquila e bonita, com 30 minutos estávamos no cume aguardando o sol nascer....e valeu a pena acordar cedo pois o visual do sol nascendo com o Itatiaia ao fundo é incrível, neste cume existe um marco de metal simbolizando os estados do Rio de Janeiro-São Paulo-Minas Gerais, pois como o nome desta montanha sugere dependendo de onde ficarmos estamos em um dos estados, ela marca o encontro das três fronteiras....depois de nos energizarmos com os primeiros raios do astro rei iniciamos a descida rumo ao fim da travessia, descida esta com início difícil rodeado de penhascos e com alguma dificuldade de localização, a trilha segue mista entre floresta, pedras e ainda toceiras de capim que dificultam ainda mais, além disto a "descida" segue um sobe e desce que nos deixa confusos (será que estamos descendo mesmo???), não parece mais sim...e assim seguimos inclusive passando por dois lances de escalaminhada. A paisagem vai ficando pra trás e saudade e vontade de começar de novo vai aparecendo....por volta das 11hs paramos em um morrote para um pequeno lanche, e olhando para trás uma tristeza cresce, pois está acabando, e como foi bom....mais ainda seguimos por 1 h em trilha de uma vegetação já diferente e mais 1h por estrada até chegarmos na rodovia onde a Van nos esperava....
A travessia terminou mais a sensação maravilhosa de contato com a natureza, com o inesperado, com as sensações permanecem por muito tempo. E só quem tem o privilégio de estar em lugares que aumentam nossas sensações e onde os sentimentos afloram sabe como é bom...e não é fácil explicar, só vivendo! Valeu Serra Fina, valeu galera!











Oct 6, 2011

Travessia Serra Fina ... um sonho realizado (primeira parte)


Há tempos a vontade de fazer uma travessia, de colocar a casa nas costas e sair andando por ai era enorme, e esta vontade virou realidade no mês de setembro de 2011 com o convite inusitado da amiga Rossana, uma proposta tentadora que nem a grana curta nos faria recusar...Travessia da Serra Fina, localizada na Serra da Mantiqueira com quase todo trajeto acima de 2200 metros, água escassa e quatro (04) dias de caminhada em grandes desníveis com difícil navegação em alguns pontos (mesmo para quem carrega GPS), são algumas das características que colocam esta travessia entre uma das mais difíceis do Brasil, garantia de aventura que narrarei a seguir, onde fizemos a caminhada de Oeste para Leste.
Tudo organizado e no dia 06 de setembro saímos por volta das 22hs de Curitiba, viajamos de Van com um grupo organizado pelo Zeca onde alguns já se conheciam de travessias anteriores, porém nós conhecíamos apenas a amiga Rossana (que nos convidou e a quem aproveito para agradecer), o Serginho (que conhecíamos de um evento em Campo Mourão) e o Juliano que trabalha conosco (este nosso convidado), os demais fomos conhecendo com o decorrer da viajem. O grupo foi fechado com 13 pessoas, sendo estas Eu e o Guga, Zeca, Rossana, Cidinha, Henrique, Serginho, Cauê, Gabriel, Felipe, Yves, Luiz e Juliano...parece estranho aceitar fazer uma travessia tão difícil com pessoas que você mal conhece, mas a vantagem de ter um meio de transporte que nos deixaria na entrada da trilha e nos resgataria no último dia era importante para o sucesso da caminhada, e depois da travessia realizada percebemos que cada um com sua vivência e preparos diferenciados tiveram sua importância para o êxito da aventura.
Chegamos em Minas Gerais por volta das 09hs do dia 7 de setembro, onde paramos em uma pequena padaria (bem pequena) para tomar um café, que valeu a pena pelo pão de queijo e receptividade dos mineiros que é sempre incrível. Seguimos então rumo a Cruzeiro, onde pegamos uma estrada de terra a direita e o motorista da Van nos levou até onde era possível de carro. Então com as mochilas nas costas nos preparamos e iniciamos nosso caminho em estrada de chão, andamos uns 20 minutos e chegamos na saída oficial do trajeto a chamada Toca do Lobo, uma pequena gruta a esquerda e um riacho de água cristalina a direita. Enchemos nossas garrafas de água (preciosa água que nos acompanharia até o fim do segundo dia), nos hidratamos bem e seguimos caminho, cruzamos o riacho e iniciamos a primeira subida, bem dura por sinal e que fica pior a cada momento. O primeiro dia é sempre difícil, o corpo precisa acostumar, os pés sofrem com o caminhar e os ombros gritam pelo peso colocado sobre eles, mas logo tudo melhora, pois a paisagem vai surgindo e apreciar cada visual e vegetação local torna-se um alívio....e assim foi, no primeiro visual temos os campos paulistas ao sul com o pico do Itaguaré e dos Marins mais a direita. Caminhamos por Cristas o tempo todo e o interessante é que em alguns momentos caminhamos em São Paulo e em outros em Minas Gerais, isto ocorre, porque as cristas fazem a divisa dos dois estados. E nossa primeira parada de almoço foi em um cocuruto que chegamos por volta das 13hs, eu o Guga e o Ju lanchamos curtindo a vista incrível em um dia azul de tirar o fôlego, nosso almoço consistiu de uns "doguinhos" (massa de pão assado com salsicha feitos pelo Ju) que estavam uma delícia e um litro de suco, que foi regulado pela falta de água durante o trajeto...seguimos após meia hora de descanso passando por subidas e descidas em alguns momentos repletas de pedregulhos em outros rodeadas por capim elefante (também conhecido como capim-navalha – imaginem o por que), por fim lá pelas 14hs chegamos em um bambuzal onde finalmente paramos para um descanso merecido com sombra, e vale a pena parar principalmente se o sol estiver forte como no nosso caso, e ali ficamos aproveitando a sombra por aproximadamente uma hora. A última subida foi bem íngreme, porém com mais vegetação e degraus de pedras, nada que quem está acostumado com as subidas da nossa serra não tire de letra...e assim por volta das 16hs chegamos ao topo do Morro do Capim Amarelo, nosso destino final deste primeiro dia de caminhada, lindo visual pois dali avista-se toda crista percorrida e ainda fomos brindados ao fim do dia com um estonteante pôr do sol. O dia só não foi perfeito pelo incidente que alguns membros de nosso grupo tiveram com um fogareiro que acabou explodindo durante o jantar, mais que não causou grandes estragos apesar do grande susto, fica o alerta de que deve-se ter um grande cuidado ao mexer com fogareiros perto de outros que estejam em funcionamento, enfim por sorte e mãos dos nossos anjos que estavam atentos tudo acabou bem.
Após uma noite de sono inquieta, eu com muita sede e tendo que racionar água e o Guga pelo susto tomado com o fogo na noite anterior, mas acordamos com um lindo amanhecer que prometia um lindo dia, e assim foi. Iniciamos nossa caminhada por volta das 8hs e sabíamos que este dia em especial seria difícil por dois motivos: primeiro pela dificuldade de navegação desta parte da travessia e segundo porque encontraríamos água apenas no próximo acampamento, ou seja depois de no mínimo 5 horas de caminhada. Já na saída do Capim Amarelo nos perdemos, ou melhor, nem encontramos a saída original, andamos varando mato algum tempo (melhor dizer varando capim) até que o Guga, o Gabriel e o Felipe encontraram o que poderia ser nosso caminho. A partir deste ponto descemos hora pela trilha certa hora por vara matos (ou melhor, bambu), utilizamos o GPS e o senso de localização aguçado do Guga, além é claro da raça do Gabriel que encarou o problema de frente e saio rasgando mato no literalmente no peito...e depois de umas duas horas de perdido mais onde todos encararam com paciência e bom humor a situação, finalmente entramos em uma trilha super aberta em um bambuzal e a partir daí a orientação ficou mais fácil. Seguimos mais umas duas horas de caminhada e após a subida de uma super rampa paramos para lanchar. Neste momento a falta de água começou a pesar, nem conseguimos comer direito e o trajeto ainda era longo, um pouco de queijo e uma bolachinha, fruta seca e depois de um breve descanso seguimos....passamos por uma linda e gostosa crista e já conseguíamos lá no fundo avistar o Itatiaia, depois desta crista rochosa caminhamos novamente por trechos de capim, bambuzais e encostas de pedras, sempre visualizando a Pedra da Mina, ponto mais alto da nossa travessia, mais nosso destino estava um pouco abaixo dela. E por volta das 15hs e quase sem água chegamos a um lajeado de pedra com água que desce em forma de cachoeira (se é que posso chamar de cachoeira), chegamos na tão esperada água. Na verdade eu esperava mais água, mas como estávamos no inverno seco, aquelas poças de água com fundo ferroso que caia laje abaixo em um filete de água foi a melhor que poderia ter. A alegria foi geral, todos sentamos, descansamos, tomamos muita água e comemos. O Felipe havia localizado um ponto melhor de camping um pouco a frente, ao lado de uma mina de água, então seguimos mais 20 minutos, e acabamos dividindo o grupo pois perto das minas de água cabiam apenas 3 barracas, sendo assim ficamos eu e o Guga, o Juliano e o Serginho e Cidinha, os demais acamparam um pouco antes da água. Essa sim super água, cristalina que nos encorajou até mesmo a tomar um banho e tirar toda a secura do corpo e lavar a alma...como damos mais valor a pequenas coisas quando sentimos falta! Nossa janta foi regada a macarrão com muito molho de sardinha e muita água e suco, e de sobremesa ainda rolou um chocolatinho e uma cachacinha é claro, pois é Minas sô (ou São Paulo, sei lá)...bom heim! A noite estava linda e bem tranquila. (CONTINUA...)















Sep 15, 2011

Abrindo um Atalho para o Paraíso.



 

Com certeza o nome da via batizada pelo idealizador e principal trabalhador, Chiquinho, não podia ser melhor só o nome já gera uma inundação de pensamentos e reflexões, foi uma longa via aberta com muito trabalho de uma equipe muito disposta, a via Atalho para o Paraíso 380 mts 8c A2 E3 está localizado no Parque Estadual Parque do Marumbi em uma de suas montanhas que encontram-se muitas das vias clássicas do lugar, na Torre dos Sinos. A abertura da via iniciou-se da metade para o final e depois do inicio para metade, eu participei da ultima etapa, ou seja da primeira metade e de quase todo o processo da segunda metade também, foram experiências incríveis que a abertura de uma via como esta em um lugar daqueles proporciona, sensações, cores, sons é tudo muito intenso e prazeroso, mesmo nem tudo sendo somente prazer, pois sente-se sede, fome, desconforto, dores e no meu caso muito frio mas com certeza vale muito apena.
Agradeço aos companheiros que trabalharam duro na via e me proporcionaram este grande aprendizado, Chiquinho, Erminio, Rogério, Fabião e Fabio. Valeu.
Ai vai uma cópia do 1º croqui da via.


Aug 30, 2011

Salinas, novas e/ou velhas descobertas!?!?


Antes de iniciar essa matéria para o blog sobre nossa viajem a Salinas resolvi reler o que escrevi no ano passado, pois a dificuldade em iniciar o texto e em escolher um título era grande, então descobri que muitas coisas mudaram mais que a principal sensação continua. Se você que está lendo esse texto já foi a Nova Friburgo-RJ no Parque estadual dos Três Picos sabe do que estou falando, mais se você leitor ainda não foi a Salinas não perca tempo, o lugar é mágico e merece atenção especial, e só uma palavra me ocorre neste momento para descrever o lugar e mesmo não querendo ser repetitiva não consigo descrever de outra forma, somente que é INDESCRITÍVEL!
Sinto-me ainda na obrigação em destacar algo que mencionei no final da matéria anterior sobre Salinas e que é de extrema importância quando nos aventuramos em montanhas, escalar num cenário como este requer humildade, respeito, conhecimento e preparo, e não é pra menos que durante aproximadamente 3 meses treinamos, ou melhor escalamos nos preparando para Salinas.
Vamos a nossa aventura, que foi incrível! Desde que voltamos da viajem do ano passado, que aconteceu na última semana de agosto de 2010, já planejávamos voltar, pois como já disse o lugar é incrível e apaixonante. Sendo assim nos preparamos ainda mais para viajem de 2011 e planejamos cada passo juntamente com nossos amigos Samuca e Renata. E assim no dia 14 de julho de 2011 por volta das 17 horas saímos de Quatro Barras rumo a Nova Friburgo, Rio de Janeiro, e depois de 12 horas aproximadamente de estrada chegamos ao nosso destino, fizemos as compras de comida em um mercadinho local, passamos pela entrada do Parque, fizemos nosso cadastro, subimos com o carro até onde foi possível (com um 4X4 sobe-se mais, e até que o "Uninho" da Rê foi longe), arrumamos as mochilas e iniciamos nosso primeiro porteio por volta das 11 horas. Desta vez ficaríamos no camping do Parque localizado no Vale dos Deuses, depois de 1 hora e meia de caminhada chegamos no camping e pra nossa surpresa encontramos uma galera do Sul, que nesta temporada literalmente invadiu Salinas. Resolvemos então descansar um pouco da subida que foi pesada, comer algo e só depois fazer o segundo porteio, então esta foi nossa primeira missão no primeiro dia. Depois de um amanhecer gelado, decidimos descansar no segundo dia, pois estrada e porteio não é fácil, neste dia conversando com o pessoal que já estava lá e avaliando as condições de clima favorável resolvemos ir direto ao nosso maior objetivo de cara, ou seja escalar a via "Face Leste do Pico Maior" de primeira e assim fizemos, no domingo por volta das 5 horas da madruga saímos, eu o Guga e o Samuca rumo ao Pico Maior. Iniciamos nossa escalada as 6 horas e como estávamos em 3 montamos a estratégia de guiar em blocos, sendo assim guiei as 4 primeiras cordadas, na sequência Guga e Samuca dividiram-se nas demais, sendo que as cordadas das chaminés ficaram para o Guga a pedido dele. A escalada foi tranquila, escalamos curtindo cada cordada, cada minuto na parede, recomendo a via, pois é linda e clássica para se chegar ao cume do Pico maior. Terminamos a escalada às 17 horas com um lindo pôr do sol dourado, iniciamos o rapel com luz pela via Sylvio Mendes e terminamos por volta das 20 horas, este rapel é um pouco demorado pois é feito dentro das chaminés da via. Por volta das 21 horas chegamos ao camping, cansados mais muito felizes pela grande missão cumprida, a Rê nos recepcionou com uma deliciosa sopa. Aproveitamos a segunda-feira para descansar e preparar o próximo desafio, programamos a escalada da via El Cabong juntamente com o Samuca, pois a Renata acordou indisposta, então fomos os 3 novamente para escalada. Esta fica situada no Capacete, linda via com lances de aderência inicial um pouco "cracolenta", mais depois da segunda cordada tudo melhora e a via nos surpreende com lances em cristais e formações rochosas incríveis nos presenteando com uma linda fenda em móvel na penúltima cordada, outra via que vale a pena escalar. No dia seguinte eu e o Guga resolvemos juntamente com o novo amigo Edu, em um dia de descanso, escalar a via Rodolfo Chermont, que mesmo não sendo uma via clássica do local nos proporcionou momentos de pura curtição sendo a maneira mais fácil de chegar ao cume do Capacete. Esta via começa com uma transversal incrível seguida de um A0 que termina em um 5° de aderência delicado que o Guga guiou muito bem, na sequência o Edu guiou o 6° que pode ser feito em A0 e eu terminei a via guiando em cristais lindos...chegamos ao cume às 13 horas e logo as meninas (Dani e Lu) chegaram depois de escalarem a CERJ, muita alegria em um dia claro e lindo, recomendo a via Rodolfo Chermont como primeira a ser escalada em Salinas para aclimatar, ou ainda para um dia de descanso, como fizemos. E a escalada deste dia rendeu um novo trio, e assim o Guga o Samuca e o Edu foram escalar a via Fata Morgana, enquanto eu e a Rê (que ainda estava um pouco indisposta) ficamos observando a escalada do camping, o que não é nada mal. Pelo que vimos e pelo que contaram ao chegar da escalada, a via é linda tendo cordadas inteiras em móvel o que a deixa mais especial ainda. No sábado choveu, logo aproveitamos para descansar e curtir o camping (apesar deste estar lotado de cariocas um pouco, como poderia dizer, espaçosos talvez), mais nada que um bom vinho e risadas para melhorar qualquer ambiente...neste dia, infelizmente, a Rê e o Samuca resolveram antecipar seu retorno a Curitiba, pois a Renata não estava se sentindo muito bem, sendo assim eu e o Guga resolvemos ficar e nos aventurar em um retorno de ônibus. Saímos para escalar novamente na segunda-feira, com sol mais com um vento e um frio absurdos, assim eu a Dani e a Lu fizemos somente uma cordada da Roberta Groba e descemos, enquanto os meninos (Guga, Edu e Renan) escalaram 7 cordadas da Sylvio Mendes e abortaram a missão também...saber observar os sinais e limitações e não ter vergonha de desistir faz parte do amadurecimento, tanto na vida quanto na montanha! Depois deste dia em que os ventos gritavam, eu e as meninas descemos com a missão de reforçar nosso estoque de comida e claro comprar coisas para um churrasco básico, sendo assim nossa terça-feira foi de cidade com direito a cerveja gelada e banho de rio...OBA! Eu e o Guga decidimos então que nossa última escalada em Salinas seria na quarta-feira, e optamos por refazer a via que havíamos escalado no ano anterior, escalaríamos a CERJ, e assim fizemos. As 8 horas iniciamos nossa escalada e depois de 5 horas chegamos ao cume, foi muito bom ter refeito a via, pois assim percebemos nossa evolução após um ano, e a felicidade depois de 400 metros de escalada curtindo o visual e cada lance relembrado valeu muito a pena...chegamos no cume e na sequência o Edu e o Rênan (que escalaram a mesma via que nós neste dia) chegaram, e fizemos a festa novamente no cume do Capacete. Ainda fizemos uma visita na quinta-feira na Caixa de Fósforo com um carioca que nos apresentou o paraíso das fendas, o lugar vale a pena, pois tem um visual único da outra face do Capacete com o Pico maior imponente ao fundo. No último dia eu e o Guga resolvemos acordar cedo e ver o nascer do sol do cume do Cabeça de Dragão, outro programa que vale muito, pois a energia contagia e assim aproveitamos para agradecer cada minuto vivido ali, cada nova amizade feita, cada riso dado, todo aprendizado e lições vividas. Mais tínhamos a missão da volta para casa, então aproveitamos nosso novo amigo carioca que nos deu uma carona até Teresópolis onde pegaríamos um ônibus até o Rio de Janeiro e só então o para Curitiba....aproveitamos para conhecer Terê, ficamos um dia em um hotel por indicação do Edu, chamado Várzea Hotel, e assim curtimos a cidade e a volta pra casa acabou sendo tranquila. Chegamos em Curitiba domingo pela manhã com chuva, e graças aos amigos Rafa e Manú que nos deram uma carona até em casa, chegamos secos, valeu amigos!
E assim termina Salinas 2011...com muitos encontros e muito aprendizado. As montanhas continuam no mesmo lugar ano após ano e são sempre iguais, porém cada vez que retornamos ao lugar nós já não somos os mesmos e a nosso olhar já não vê a paisagem da mesma forma, já não sente a energia igual, já não vive o momento com a mesma intensidade, tudo fica maior e cada vez melhor!!!!
Mais uma vez Obrigado Salinas!!!